A rejeição é uma das experiências mais dolorosas que um ser humano pode enfrentar. Desde a infância, todos nós buscamos aceitação, pertencimento e amor, seja na família, nos relacionamentos ou na sociedade. No entanto, quando somos rejeitados, seja pelos pais, amigos ou por um grupo social, isso pode deixar marcas profundas em nossa identidade. Muitas vezes, a rejeição gera sentimentos de inferioridade, inadequação e um constante questionamento sobre o nosso valor. Na Bíblia, Davi expressa essa dor no Salmo 27:10: "Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor cuidará de mim." Isso nos mostra que, mesmo quando o mundo nos rejeita, Deus se apresenta como um Pai que nos acolhe.

O personagem Arthur Fleck, do filme Coringa (2019), retrata de maneira intensa os efeitos da rejeição. Ele cresce em um ambiente de solidão e exclusão, sem um pai presente e sem o carinho que toda pessoa necessita. Essa falta de aceitação impacta profundamente sua identidade, levando-o a uma vida de frustração e revolta. Da mesma forma, muitas pessoas hoje carregam feridas emocionais porque nunca foram aceitas em suas famílias, na escola ou na igreja. Essa dor, se não for tratada, pode distorcer a maneira como nos vemos e até nos afastar do propósito que Deus tem para nós.

A rejeição também pode levar a uma crise de identidade. Quando não nos sentimos amados, começamos a duvidar do nosso valor e propósito. A Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27), o que significa que possuímos valor inestimável. No entanto, o inimigo trabalha para distorcer essa verdade, fazendo-nos acreditar que somos indignos de amor e aceitação. Muitas pessoas passam a vida buscando validação em lugares errados, tentando preencher o vazio deixado pela rejeição através do sucesso, relacionamentos tóxicos ou até mesmo comportamentos autodestrutivos.

Jesus também experimentou a rejeição durante seu ministério. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele foi desprezado pelos próprios líderes religiosos e pelo povo de sua terra. Em Isaías 53:3, está escrito: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum." Isso significa que Jesus entende a dor da rejeição mais do que qualquer pessoa. No entanto, Ele nunca permitiu que essa rejeição definisse sua identidade, pois sabia que era amado pelo Pai Celestial.

A boa notícia é que Deus tem o poder de curar todas as feridas causadas pela rejeição. Em Jeremias 30:17, Ele diz: "Restaurarei a sua saúde e curarei as suas feridas, diz o Senhor, porque a você chamaram de rejeitada, a Sião, de quem ninguém se importa." Isso significa que, ainda que o mundo nos rejeite, Deus nos restaura e nos chama pelo nome. Nossa identidade não está na aceitação das pessoas, mas no amor incondicional de Deus.