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Page de couverture de Pedido de indulto de Netanyahu provoca choque político em Israel

Pedido de indulto de Netanyahu provoca choque político em Israel

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A equipe de defesa jurídica de Benjamin Netanyahu considera que o pedido de indulto para que o processo contra o primeiro-ministro seja encerrado é uma decisão certeira, mesmo sem saber qual será a posição final do presidente Isaac Herzog sobre o assunto. A avaliação em Israel é que o presidente deverá levar semanas até anunciar a decisão. O fato é que este assunto passou a dominar o debate político no país já bastante polarizado entre as forças de apoio e oposição ao premiê. Henry Galsky, correpondente da RFI em Israel Cabe ao presidente de Israel tomar a decisão de aceitar ou negar o pedido do chefe de governo. A imprensa israelense avalia que o processo deve levar semanas, e fontes próximas ao presidente consideram que pode haver uma negociação para encontrar uma saída. Aparentemente, Netanyahu sinalizou alguns caminhos no próprio pedido formal: “Conceder um indulto permitirá ao primeiro-ministro trabalhar para sanar a divisão do país e até mesmo lidar com questões adicionais, como o sistema jurídico e a mídia – questões que ele está atualmente impedido de abordar devido ao julgamento de seu caso”, escreveu o advogado de Netanyahu no documento de 111 páginas em que solicita o indulto. A chave para a compreensão do caso está em “lidar com questões adicionais, como o sistema jurídico e mídia”. A frase pode ser entendida como uma menção a duas das questões polêmicas recentes de Israel: o projeto de Reforma do Judiciário, o grande tema que mobilizava a sociedade antes dos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023; e o projeto de lei para a regulamentação da mídia. Ambos os temas são pautas polêmicas colocadas na agenda do dia em Israel pela coalizão de Netanyahu. O primeiro-ministro parece sugerir estar disposto a negociar os dois assuntos. Segundo uma fonte próxima a Isaac Herzog citada pela imprensa local, as exigências presidenciais em troca deste "perdão" não seriam modestas: entre as possibilidades, a exigência de que Netanyahu se retire da vida política, encerrando, portanto, sua longa carreira; a antecipação de eleições gerais; a interrupção do projeto de Reforma do Judiciário; e, por fim, a criação de uma comissão de Estado – não de governo – para investigar as falhas internas em Israel antes e durante os ataques do Hamas de 7 de outubro. Sociedade: sem anistia A sociedade já se organiza em protestos em frente à casa do presidente Isaac Herzog, em Tel Aviv, com cartazes que dizem "não haver possibilidade de concessão de anistia a quem destruiu o país". Em relação aos atores políticos, Naftali Bennet, ex-primeiro-ministro e um dos favoritos nas pesquisas para as eleições do ano que vem, disse ser favorável a um acordo. “Nos últimos anos, Israel foi levado ao caos e à beira de uma guerra civil que ameaça a própria existência do país. Para sair do caos, apoiarei um acordo vinculativo que inclua uma aposentadoria respeitosa (de Netanyahu) da vida política, juntamente com a conclusão do julgamento. Dessa forma, poderemos deixar isso para trás e reconstruir o país juntos”. O atual líder da oposição Yair Lapid, que ocupou o cargo de primeiro-ministro por um período breve durante o chamado "governo da mudança" formado pela oposição em 2021, seguiu o mesmo caminho. Mas foi ainda mais duro com Netanyahu. "Não se pode conceder indulto sem que ele admita culpa, uma expressão de remorso e um afastamento imediato da vida política", disse. Vale lembrar que Netanyahu é julgado desde 2020 por acusações de suborno, fraude e quebra de confiança. Narrativa de extrema direita O primeiro-ministro tenta estabelecer uma narrativa de que o processo é um complô liderado pelo o que ele chama de "Estado profundo", uma referência a um termo que ganhou força nas redes sociais em todo o mundo e que é usado com frequência em especial por políticos da extrema direita. Na versão local, não apenas o premiê, mas também membros de sua coalizão de governo buscam colocar a responsabilidade por esse suposto complô na imprensa (considerada de esquerda pelos ministros de governo) e na Suprema Corte israelense. A estratégia do primeiro-ministro Segundo fontes citadas pelo Canal 12 de Israel, o círculo próximo a Netanyahu considera que a situação é positiva seja lá qual for o posicionamento do presidente de Israel, Isaac Herzog. A avaliação é que, se Herzog conceder o indulto, a situação estará resolvida com o fim das acusações e do julgamento. Já se Herzog pesar a mão numa eventual negociação com Netanyahu forçando-o, por exemplo, a confessar culpa, o plano é construir uma narrativa diferente: de que o presidente busca condenar o primeiro-ministro por um caminho fora dos meios judiciais. Se o presidente não conceder o indulto, essas fontes dizem que o plano é ir a público dizer que a "elite jurídica, inclusive Herzog, está mobilizada para condená-lo a todo ...
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