Épisodes

  • Raquel Barreto sobre ‘Noturno do Chile’, de Roberto Bolaño
    Apr 22 2020

    “Noturno do Chile” é um painel do que foi o país sob a ditadura de Augusto Pinochet (1973 a 1990), apontando inclusive a conivência de nichos de intelectuais com o regime. A historiadora e pesquisadora Raquel destaca as várias camadas que existem na literatura de Roberto Bolaño (1953-2003), que não se reduz a rótulos como “engajada”.

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  • Daniel Pellizzari sobre ‘Decameron’, de Boccaccio
    Apr 16 2020

    Giovanni Boccaccio (1313-1375) escreveu Decameron após um surto de peste bubônica na Itália. Os personagens passam dez dias em isolamento. Além da associação com o momento em que vivemos, o escritor e tradutor Daniel Pellizzari, integrante da coordenadoria de internet do IMS, indica o livro por ver nele uma “celebração da vida vencendo a morte”, com humor e sexo.

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  • Carla Rodrigues sobre ‘O segundo sexo’, de Simone de Beauvoir
    Apr 15 2020

    Uma frase de O segundo sexo ganhou vida própria, tornando-se célebre e quase banal: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”. O livro de Simone de Beauvoir é muito mais do que isso, ressalta Carla Rodrigues, professora de filosofia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadora da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). A obra de 1949 é “o principal fundamento da revolução feminista” e está, hoje, intensamente viva, ganhando novas interpretações.

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  • Aldir Blanc sobre ‘Tabloide americano’, de James Ellroy
    Apr 14 2020

    Este é o último registro gravado da voz do compositor e escritor Aldir Blanc, que morreu em 4 de maio, vítima da Covid-19. da voz. Segundo ele, Tabloide americano, o primeiro romance de uma trilogia de James Ellroy, é perfeito para se entender o que são os Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump, O autor passeia da Guerra do Vietnã, nos anos 1960, até o passado recente de seu país, apimentando a narrativa com saborosos detalhes, como um caso entre Rin-Tin-Tin e Lassie. Ellroy foi ladrão, drogado, mas, como diz Blanc, “a literatura policial o salvou”. Ainda há, segundo o compositor, uma lição para o Brasil.

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  • Juliana Borges sobre ‘Olhos d’água’, de Conceição Evaristo
    Apr 13 2020

    “Escrever é uma maneira de sangrar” é uma frase marcante do conto “A gente combinamos de não morrer”, um dos 15 de Olhos d’água, livro que ganhou um Prêmio Jabuti em 2015. A escritora e pesquisadora em antropologia Juliana Borges diz que jamais conseguira falar dessa obra de Conceição Evaristo, tantas são as personagens que lhe atravessam, como mulher negra. Para ela, os olhos das protagonistas dos contos retratam o presente e projetam o futuro.

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  • Guilherme Freitas sobre ‘Caminhando no gelo’, de Werner Herzog
    Apr 10 2020

    Em 1974, aos 32 anos, o cineasta alemão Werner Herzog decidiu ir a pé de Munique até Paris, quase 800 km. O objetivo era fazer com que a amiga Lotte Eisner ficasse esperando-o chegar e, assim, resistisse à doença que a acometia. O diário escrito ao longo da viagem ganhou o título de Caminhando no gelo. É um relato “assombroso”, como classifica Guilherme Freitas, editor-assistente da revista serrote. A solidão, em alta neste período de quarentena, é um dos temas que provocam assombro.

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  • Carola Saavedra sobre ‘A metamorfose’, de Kafka
    Apr 9 2020

    A transformação de Gregor Samsa num inseto monstruoso (não exatamente numa barata, como sempre se diz) é uma das cenas mais conhecidas da literatura. A escritora Carola Saavedra destaca que no clássico A metamorfose, do tcheco Franz Kafka (1883-1924), a transformação também é de um caixeiro viajante produtivo e arrimo de família em alguém que não serve mais para o mundo moderno.

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  • Sérgio Augusto sobre ‘1984’, de George Orwell
    Apr 8 2020

    Em Oceânia, país fictício do romance 1984, todos são vigiados por uma entidade que não aparece, o Big Brother, representação do partido único que reprime qualquer forma de liberdade, inclusive o amor. O jornalista Sérgio Augusto ressalta que o livro do britânico George Orwell (1903-1950), lançado em 1949, não fazia alusão apenas à União Soviética, mas a Hitler, Mussolini e à “essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário”. A atualidade da obra é clara, como indica sua permanência entre os best-sellers.

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