Épisodes

  • CONVITE
    Jun 17 2025

    Vem acessar o Literatura Oral onde todo o conteúdo está concentrado!

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    1 min
  • #59 A CARTA SECRETA DE ANANAPALAVRA OU A MORTE DOS POETAS, ANA PAULA TAVARES
    Jul 19 2021

    Este é o episódio que fecha 1 ano do Literatura Oral. Próximo dia 21 de julho faz 1 ano que postei o primeiro episódio, com Machado de Assis. O meu podcast não virou o sucesso que eu acreditei que ele poderia ser, teve poucas reproduções e é bem desgastante ter trabalho, caprichar na pesquisa, se dedicar pra um trabalho que muitas vezes tem uma ou duas reproduções em cada episódio. Mas eu vou continuar fazendo, vou manter a qualidade de pesquisa que eu procuro entregar, continuar estimulando a leitura crítica a partir desse trabalho. Só vou desencanar agora de ter reproduções. E agradeço muito pelo apoio que tive até aqui, da minha mãe que divulga, dos amigos e ouvintes que já escutaram algum episódio e me retornaram palavras de incentivo.

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    35 min
  • #58 UM DIA, DAVID NICHOLLS
    Jul 12 2021

    O romance é sobre um dia, 20 anos e duas pessoas. Um dia, 15 de julho de 1988, dia da formatura de Emma Morley e Dexter Mayhew. Eles passam a se encontrar nos 15 de julho seguintes, ou a pelo menos se falar por telefone, pelos próximos 20 anos.

    David Alan Nicholls nasceu em 1966. É formado em literatura e trabalhou como ator antes de se tornar escritor. Recebeu duas indicações ao BAFTA, que é um prêmio da Academia Britânica pra filme e televisão.

    Um dia inicia com duas epígrafes. O poema Days, que significa “dias”, do inglês Philip Larkin, e um fragmento sobre um dia especial que determina o rumo das nossas vidas, extraído do romance Great Expectations, ou Grandes esperanças, do também inglês Charles Dickens.

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    22 min
  • #57 DOIS BRASIS DE CAMINHA
    Jul 5 2021

    No último episódio, eu comentei sobre a obra de Josefina Álvares de Azevedo e sua peça O voto feminino. Hoje vou ler uma crônica minha, publicada no site Paralelo 29, sobre dois escrivães de nome Caminha que aparecem na literatura brasileira. Um deles é o Caminha real, integrante da tripulação de Pedro Álvares Cabral, quando chegaram ao Brasil em 1500 e a partir de quando Portugal se nomeou dono do nosso país. Pero Vaz de Caminha escreve o primeiro texto considerado literário produzido em solo brasileiro, a carta de achamento do Brasil. E o outro é um Caminha fictício, criado por Lima Barreto no romance Recordações do escrivão Isaías Caminha. Essa personagem de Lima Barreto vivia no interior e vai ao RJ pra estudar e se tornar doutor. Quando chega na então capital federal ele também descobre o verdadeiro Brasil, o Brasil de preconceito racial e social, e de desigualdades imensas. E há um contraste nessas duas descobertas. O primeiro Caminha vê o potencial de um Brasil que seria muito. O Caminha personagem se decepciona com um Brasil explorado e empobrecido.

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    11 min
  • #56 O VOTO FEMININO, JOSEFINA ÁLVARES DE AZEVEDO
    Jun 30 2021

    Josefina Álvares de Azevedo ficou esquecida e eu fico muito feliz em saber da existência dela e mais feliz porque ela usava a escrita como forma de afirmação da capacidade feminina de ocupar espaços de poder na sociedade. Eu fico me perguntando quantas outras escritoras mulheres não ficaram silenciadas, algumas com mais talento que alguns homens que nós acabamos estudando, e elas ficaram esquecidas, não tiveram seu talento reconhecido por serem mulheres.

    A obra mais famosa de Josefina foi a peça teatral “O voto feminino”, uma comédia em 1 ato. Ela também foi proprietária de um jornal no final do século XIX, chamado “A família”. Na época em que escreve essa peça, o voto feminino estava sendo debatido na sociedade de forma polêmica. Mais de um século depois da redação da peça a participação das mulheres na vida política nacional continua baixa.

    O local de nascimento de Josefina é incerto. Alguns dizem que foi no Recife, em Pernambuco, em 1851, e outros pesquisadores atestam que foi em Itaboraí, RJ. O parentesco com Manuel Antônio também não é certo, com as hipóteses de que era ou uma irmã bastarda ou prima do escritor.

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    22 min
  • #55 A POLÍCIA E O CORTIÇO
    Jun 22 2021

    Eu to gravando este episódio no dia 21 de junho, segunda, e o último sábado, 19, foi marcado por manifestações anti-bolsonaro Brasil afora. E também foi o dia que o Brasil chegou na marca de meio milhão de mortos pela covid19, uma doença para a qual existe vacina e muitos desses mortos podiam ter sido vacinados e salvos, se não fosse a negligência do governo federal, se não fosse a demora em comprar vacinas. É super importante que a gente se posicione, se manifeste contra um governo que não para de se manifestar contra todos nós, inclusive contrário a que o povo fique vivo. Eu só queria reforçar que a gente diz “fora Bolsonaro”, “ele não” e tem que dizer mesmo, mas que o grande problema não é esse capitão na presidência. Porque ele, por pior que seja e por mais maldades que faça, ele vai passar. Vai deixar muito prejuízo, anos de prejuízo pra gente, um rastro enorme de desmatamento e de miséria, mas ele vai passar.

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    12 min
  • #54 O CORTIÇO, ALUÍSIO AZEVEDO, FINAL
    Jun 15 2021

    No último episódio, vimos que o cortiço se gourmetizou. Agora uma outra classe social mora lá. Diminuíram as lavadeiras, proibiram as festas no pátio. João Romão deixa a tarefa de encontrar os filhos do dono de Bertoleza para Botelho. Ele pretende entregar a escrava aos herdeiros do dono, como forma de se livrar dela e casar com Zulmira. Bertoleza foi firme em dizer que pretende desfrutar do que ajudou o amante a conseguir, com muito trabalho e sacrifício seu, e já não tem paz dentro de casa, com medo que Romão a mate. No entanto ela não sai dali, continua trabalhando bastante, como sempre fez.

    Piedade é que já não consegue trabalhar. Deprimida e alcoólatra, ela foi aniquilada pelo meio. Não se adaptou, como o ex-marido, e não encontra meios de continuar vivendo. Pombinha não suportou o marido e virou prostituta, junto com Leonie. Ela tem a filha de Piedade como sua protegida e o narrador nos indica que está preparando a menina para a prostituição, assim como a francesa fez com ela, num ciclo interminável enquanto houver pobreza. Conforme o que o Naturalismo acreditava, o meio influencia e não há como fugir. O destino da criança está determinado por viver na pobreza.

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    30 min